Por be.Living
Você sabe como nós, na be.Living, realizamos o processo de avaliação das crianças? Em nossa escola, não acreditamos que somente as tradicionais “provas” ou “exames” possam avaliar, inteiramente, o aproveitamento das crianças com relação às aprendizagens escolares. Por isso, ao invés das provas, realizamos nossas Avaliativas.
A Avaliativa não é somente um nome novo, mas um entendimento diferente de como deve ser uma avaliação, mais ampla e aprofundada. Acreditamos que a avaliação deve ser processual e formativa, e, sobretudo, que a criança perceba que este é processo que está em favor dela, e não contra ela.
A coordenadora do Ensino Fundamental I, Gabriela Fernandes, explica que, na be.Living, a avaliação dos estudantes é “processual” porque todo o processo da criança na escola será considerado e analisado. “Tudo o que a criança faz aqui dentro de nossa escola faz parte do processo avaliativo dela. Ela é avaliada diariamente. Acompanhamos, de perto, toda a conduta da criança, desde o momento em que ela pisa na escola até o momento em que ela vai embora, todas as atividades e experiências das quais participou e como participou. A criança está sempre em processo de avaliação, até porque é justamente esse processo que vai levando as professoras a pensarem em desdobramentos de atividades e em intervenções individuais e para o grupo”.
Imagem: be.Living
Ela explica que, além de processual, a avaliação na be.Living é, também, formativa, porque a escola vai convidando a criança, o tempo inteiro, a se inteirar e a participar desse processo. “Embora as Avaliativas sistematizadas, que é a semana de avaliações, aconteçam somente a partir do 3º. ano - porque no 1º. e no 2º., as crianças estão em processo de alfabetização, desenvolvendo leitura e escrita, que são fundamentais para realizar uma boa avaliação - desde o 1º. ano elas já vivenciam atividades avaliativas. São atividades em que já começamos a dizer para elas: “essa atividade vocês vão escrever do jeito que vocês sabem, sozinhos, sem ajuda”. É o que chamamos de “sondagens”. Desde o 1º. ano, as crianças também já fazem as autoavaliações, avaliando as suas próprias posturas e atitudes, as chamadas metacognições, quando convidamos a criança, através de uma ficha gráfica que sistematiza tudo para ela, a pensar em quem é ela enquanto estudante”.
Conforme esse processo avaliativo vai acontecendo, a criança começa a compreender por quais motivos ela faz determinadas atividades, o que ela está fazendo dentro da escola, para que aprende cada uma das coisas e vai construindo sua trajetória de estudante dentro dessa potência. “Nesse processo, lançamos questões importantes para a criança, como qual a área do conhecimento que ela mais sente prazer em aprender, quais as atividades que ela mais gostou de fazer, por que ela acha que se saiu melhor em determinada área e em outra não... E vamos mostrando para a criança o quanto as preferências delas atingem diretamente a sua produção. Mostramos para ela que, independentemente de ela ter maior habilidade numa área do conhecimento ou não, e mais ou menos prazer em determinadas áreas, que as ferramentas que ela está desenvolvendo no Ensino Fundamental I possibilitam a ela atingir todos os objetivos propostos, em todas as áreas” - explica Gabriela.
Como na be.Living trabalhamos até o Fundamental I, temos a preocupação de que as crianças que saem da nossa escola no 5º. ano, estejam preparadas para prosseguir os seus estudos em qualquer outra escola que a família, ou que as próprias crianças, venham escolher estudar. Consideramos também o momento e o contexto educacional no país. “No Brasil, hoje, temos o vestibular para entrar na faculdade. Isso significa que o estudante ainda é regido por uma avaliação que vai deixá-lo entrar ou não na faculdade. Por isso, nosso pensamento é que as crianças precisam exercitar isso desde o Ensino Fundamental I. Algumas escolas optam por não fazer avaliação no Ensino Fundamental I. Nós pensamos que quanto menores eles forem ao entrarem em contato com isso, mais tempo temos para trabalhar com eles. Entendemos a importância do modelo de Tutoria e conseguimos fazer esse trabalho muito bem com os nossos professores polivalentes, que têm mais tempo do que os professores especialistas do Fundamental II”.
Gabi explica que, na prática, a Avaliativa da be.Living é um trabalho sistemático que envolve orientações de estudo, atividades avaliativas e o processo de revisão dessas atividades. “Não tem mais aquela coisa de ir mal na atividade avaliativa e aquela nota ir para o boletim. Não é assim que trabalhamos. Até porque existe a possibilidade de a criança não ter se saído bem naquela atividade porque não estava bem naquele dia. Então, tudo vai fazer parte do conceito de avaliação da criança: se ela realizou as orientações de estudo e competências, se ela respeitou as datas e os prazos estabelecidos, se ela realizou ou não uma boa atividade avaliativa, e se na revisão nós percebermos que a criança está com o conhecimento adquirido, mas simplesmente não conseguiu expor no dia da atividade avaliativa, o quadro muda totalmente. Por isso, optamos por trabalhar com conceito e não com nota. Nota é uma coisa muito concreta. Cinco é cinco. Mas no conceito, conseguimos ter uma amplitude na visão”.
A be.Living trabalha com 4 conceitos: “AP” (Atingiu plenamente os objetivos propostos); “AS” (Atingiu satisfatoriamente”; “APAR” (Atingiu parcialmente) e “NA” (Não atingiu). Esses 4 conceitos dão para a nossa escola uma amplitude de ação. Gabi cita o exemplo de uma criança que teve uma dificuldade nas orientações de estudo e na atividade avaliativa também não foi muito bem, mas que no processo de revisão teve vários insights, que as professoras foram trabalhando com ela. “Essa criança não vai ter um conceito ruim, ela vai com o conceito no qual ela atingiu parcialmente os objetivos propostos. A partir daí, começamos um processo de recuperação para entender quais foram as questões, o que faltou e, muitas vezes, na idade deles, não é conceito que falta, mas postura, procedimento e entender porque está fazendo aquela atividade. Então, a gente vai construindo junto com a criança esse processo de avaliação que vai deixando muito claro para eles o quão ativos eles têm que ser. Quando falo de orientações de estudo, as crianças recebem 20 dias antes de uma avaliativa, essas orientações em que o aluno é convidado a refletir. Cada professora pensa a melhor forma de fazer a revisão, se é refazer a atividade coletivamente, se um corrige a avaliativa do outro, enfim, vamos pensando em diversas estruturas e estratégias para que esse processo se torne sempre muito processual e que o conceito da criança reflita como ela se relacionou com aquela área de conhecimento durante o trimestre”.
O objetivo maior da be.Living, através desse método de avaliação, é mostrar para a criança que avaliar e ser avaliado é um processo que está a favor dela e não contra ela. Que a avaliação não é para a escola e nem para a família, mas um processo individual dela, através do qual ela, enquanto estudante, se conhece, estabelece objetivos e se coloca num processo de evolução consigo própria, e não num processo de competição com o outro. “É um processo bem interessante e que entendemos que gera na criança procedimento, que é saber fazer. Na hora em que entregamos as orientações de estudo, que as professoras abrem as agendas e estabelecem que eles têm 5 atividades de ciências naturais para fazer, convidando-os a pensar em como vão se organizar na semana para realizá-las, a criança, desde o 3º. ano, aprende a organizar o tempo dela. Ela entra no processo de cabeça, do começo ao fim. Essa é a tradução do que a gente diz sobre formativa: a criança faz essa avaliação para se formar e não para provar nada pra ninguém” – conclui nossa coordenadora.
Sobre a Escola be.Living
A escola be.Living oferece uma educação na qual o indivíduo é visto como um ser único, criativo e autônomo, capaz de buscar o conhecimento e enfrentar novos desafios. A imersão no inglês na Educação Infantil e o aprofundamento do estudo da língua no Ensino Fundamental criam uma trajetória de ampliação do olhar para o mundo e de possibilidades de conhecimento. A sustentabilidade é um conceito fundamental dentro do projeto pedagógico, com sentidos muito amplos e presentes tanto nas nossas práticas educacionais como na gestão da escola.
Commentaires